Agora pela manhã, sentado num banco do parque, veio-me um menino de uns oito anos de idade –depois soube que tinha sete- arrumadinho, de bermudas, camiseta de botão, tênis e uma Bíblia nas mãos: - Bom dia Senhor! Posso me sentar ao seu lado?
Assenti. Estendi-lhe um bom dia. Então, ele me perguntou: Posso falar de Jesus para o senhor? Olhei para um lado e outro, como quem procura saber de onde veio o menino. Onde estariam os outros evangelizadores? Os adultos com quem ele veio? Olhei novamente em seus olhos. Lá estava ele, afoito, aguardando a minha resposta, balançando as pernas curtas no banco, como quem esperava um sinal de largada. Depois de um momento de excitação, concordei: Me fale de Jesus! Ele abriu um sorriso, limpou a garganta e disse: - Jesus te ama muito, o senhor sabia? Assenti com um sorriso. O garoto, então, esfregou as mãozinhas, se ajeitou no banco e começou a tagarelar animadamente.
Confesso que a principio senti uma certa culpa, de estar ali desperdiçando o esforço evangelístico do João –depois, soube o seu nome - mas enquanto olhava para o lago, nesta manhã fria, era mesmo para Jesus o meu balbuciar, cheio de murmurações. Ao meu Pai, me confessei triste e Ele me mandou um amiguinho. Hoje acordei com muitas saudades. João me fez ter mais uma: a do primeiro amor. Esqueci as demais. Deus é bom e sempre me oferece bem mais do que eu mereço.
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